sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Ataque Pessoal / Argumentum ad Hominem / Tu Quoque


Existem dezenas de tipos diferentes de estratagemas desonestos para tentar convencer um terceiro de seus pontos de vista. Alguns são muito elaborados, e somente aqueles com certa familiaridade com a lógica e a retórica conseguem detectá-los. Já outros são primários, óbvios e infantis, mas nem por isso menos utilizados.

É interessante observar como nas conversas na hora do almoço e até mesmo em reuniões de trabalho muitas pessoas utilizam desses argumentos para tentar vencer desmoralizar, infantilizar a opinião dos outros.

O dificil não é encontrar afinidades de pensamentos, atitudes e comportamentos nas outras pessoas; o difícil é conviver com as diferenças de pensamentos, atitudes e comportamentos.

Uma das táticas mais elementares, grosseiras e comuns de tentativas de convencimento a qualquer custo é o Ataque Pessoal, ou Argumentum ad Hominem – literalmente, “argumento dirigido contra o homem”. Trata-se de, quando confrontado com algum argumento sólido, fugir do assunto fazendo críticas aos envolvidos no argumento (geralmente, quem o apresentou) e não aos elementos do argumento em si. Como a verdade de uma afirmação não depende das virtudes da pessoa que a faz, um argumento deste tipo é inválido em uma discussão racional.

Esta falácia constitui uma boa parte da retórica política eleitoral, chegando a dominar o discurso apresentado aos eleitores na véspera do pleito. Isso ocorre pois, apesar de não possuir absolutamente nenhuma base lógica, é capaz de fazer um terceiro observador esquecer facilmente do embate de idéias e dirigir sua atenção a pontos irrelevantes da conduta do adversário. Tenho certeza que você já viu isso acontecer diversas vezes! Pelo potencial emocional, tal tática possui enorme poder de convencimento imediato.

As características de alguém realmente merecem ser consideradas em alguns casos, como por exemplo, quando devemos contar com sua competência técnica (a afirmação de um médico sobre assuntos de saúde conta, com maior credibilidade do que a de um leigo) ou quando devemos confiar no seu testemunho (onde um amigo de um réu em um caso de assassinato tende a ter menos crédito, como testemunha, do que um terceiro que não o conhecia). Naturalmente, estas são características que adicionam ou retiram valor de uma afirmação. No entanto, no caso de um argumento lógico (inferência de uma conclusão a partir de premissas), a análise deverá ser feita, preferencialmente, apenas levando-se em consideração o argumento, e não a pessoa que o emitiu.

Existem quatro formas comuns de Argumenta ad Hominem: Ad Hominem Abusivo Direcionado ao Autor, Ad Hominem Abusivo Direcionado a Terceiro, Ad Hominem Circunstancial e Tu Quoque

Ad Hominem Abusivo Direcionado ao Autor

Neste caso específico de ataque pessoal, invoca-se uma crítica ao autor do argumento, muitas vezes desconexa com o assunto em questão, como meio de esquivar-se da tarefa de emitir resposta válida. Por exemplo:

“- Eu sou um bom webdesigner”.
“- Isso é mentira, pois, que eu saiba, você é um bêbado e um vagabundo.”
(O fato do primeiro beber ou ser vagabundo não significa que ele não seja um bom webdesigner).

Ou, ainda, atacando deslizes detectados na hora:

“- Devemos fazer uma campanha de webmarketing utilizando o Yahoo Shearch Marketing”.
“- Seu analfabeto! Que ridículo, escreveu”Shearch”, com “h” ! Isto é uma asneira, vocês não vêem que ele é não sabe nem escrever o nome da ferramenta?”
(O fato do primeiro ter se equivocado formalmente, na grafia das palavras não significa que, materialmente, ele não esteja certo).

Ad Hominem Abusivo Direcionado a Terceiro

Nesta modalidade, critica-se a pessoa, caráter, conduta ou preferências de outros que compartilham da mesma visão do autor acerca de um ponto específico, principalmente se estas forem personalidades costumeiramente consideradas como reprováveis. Por exemplo:

“- O catolicismo é uma religião que prega o amor”.
“- Mas Hitler era católico, e era um criminoso…”.
(O fato de Hitler ser um criminoso não significa que todos os católicos o são).

“- A ciência é o caminho mais seguro para a cura das doenças”.
“- Mas Mengele também era cientista, e fazia experiências horríveis com judeus…”.
(O fato de Mengele fazer experiências com judeus não significa que a ciência não seja confiável).

Ad Hominem Circunstancial

Aqui, procura-se justificar ou refutar um argumento apoiando-se em uma característica específica da pessoa ligada a ele. Geralmente – mas não em todos os casos – evocam um hipotético egoísmo da parte contrária, que contaminaria suas posições. Exemplo:

“- Por isso, não há motivo para tratar desigualmente heterossexuais e homossexuais”.
“- Sua opinião não tem valor nenhum, pois você é gay! É o que te convém!”
(O fato do primeiro ser homossexual não invalida a lógica de sua argumentação).

Ou:

“Seu argumento contra o desarmamento é inválido, pois seu tio trabalha em uma fábrica de munições.”
(O fato de um parente trabalhar em uma fábrica de munições não invalida o argumento).

Tu Quoque

Muito similar ao Ad Hominem Circunstancial, o Tu Quoque (“você também”) é a mais elementar das quatro formas. Com certeza, muitos leitores relembrarão de discussões com colegas de escola primária travadas utilizando este tipo de falácia.

O tu quoque consiste em, ao invés de rebater um argumento que ataca uma posição, relativizá-la, desconsidera-la ou justificá-la apenas porque o apresentador do argumento encontra-se também naquela posição.

Por exemplo:

“- Você não lavou as mãos antes de comer, e isso é errado.”
“- Não é não, porque você também não lavou. :P”
(O fato do primeiro não ter lavado as mãos não torna a negligência do segundo menos grave).

Outro:

“- Você é ruim em matemática, pois tirou nota três.”
“- E tu macho!? Que eu saiba, foi você que tirou nota zero na primeira prova.”
(O fato do primeiro ter tirado zero não muda o fato do segundo ter tirado nota três).

Mesmo a cultura popular, pródiga em cometer deslizes lógicos, reconhece esta falácia por meio do adágio “o erro do outro não desculpa o próprio”.

Condi Rice Raps

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Carnaval


A foto acima é do carnaval de 2006. Esse ano fiquei em casa relaxando, aproveitei o carnaval para recompor energias, organizar idéias, ler e escrever algumas coisas.

Fui a praia pra pegar uma corzinha mas choveu muito.

Assisti os filmes: E o vento levou, perfume de mulher e Os intocáveis.

Chego na quarta-feira de cinzas novo, descançado e pronto pra qualquer coisa.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Policar - Polidinho & Sujinho


...SUJINHO VIVIA RECLAMANDO:
Sujinho(S): - Ah! Que vida ingrata!

...ERA UM CARRO MUITO INFELIZ...
S: - Ninguém gosta de mim. Todos me olham com desprezo.

...UM DIA, SUJINHO ENCONTROU UM CARRO DIFERENTE, TODO LIMPINHO...

Polidinho(P): - Olá amigo! Que cara é essa?

S: - É que eu sou assim, sujo e feio, e por isso, vivo desprezado.

P: - Isso não é problema, rapaz. Eu também vivia assim, até que descobri a Policar.

S: - Policar?!?!?

P: - Ééé. Lá eles dão polimento cristalizado, um ano de garantia, revisão trimestral etc. Vamos lá, eles vão te deixar novinho em folha.

...E POLIDINHO LEVOU O AMIGO ATÉ A POLICAR... PROCURARAM O GEORGE E FORAM PRONTAMENTE ATENDIDOS...
..."QUANDO SUJINHO SAIU, ERA TÃO POLIDINHO QUE PRECISOU TROCAR DE NOME..."
...POLIDINHO E POLIDINHO FICARAM AINDA MAIS AMIGOS, E RODARAM FELIZES PARA SEMPRE..

S: - "iurrú, oba hehehe